A colagem, derivada da palavra francesa “coller”, ganhou popularidade no início do século XX, e é definida como uma composição artística feita de vários materiais (papel, pano ou madeira) colados em uma superfície. A sua representação como forma de arte apareceu primeiramente nos trabalhos de Georges Braque no início do século XX. A obra Still life with fruit bowl and glass (1912) é geralmente considerada a primeira papier collé (papel colado). Imediatamente Picasso começa a apropriar-se da técnica e eles passam os dois anos seguintes a experimentar com todos os tipos de materiais.
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Still life with fruit bowl and glass (1912)
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Depois dele muitos artistas fizeram uso da colagem para se expressar. Os futuristas atribuíram uma forma mais dinâmica dando espaço para a sensação de movimento e cores contrastantes. A obra de Carlo Carrà Manifesto for Intervention (1914) é um bom exemplo dessa abordagem.
A lista da utilização da colagem na arte moderna é enorme, já que ela permeou movimentos artísticos como o cubismo, surrealismo, dadaísmo, futurismo, fluxus, pop art entre outras.
A pop art foi um movimento importante para a virada da utilização da colagem e para a relação posterior da mesma com o design gráfico. Uma das suas principais características era a crítica sarcástica que fazia a sociedade, por meio dos objetos de consumo.
A publicidade, as ilustrações e a banda desenhada eram frequentemente utilizados como inspiração.
O consumo se tornou uma unidade de medida de sucesso financeiro e bem-estar psicológico e os artistas como Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Richard Hamilton usavam isso para dialogar na sociedade que estavam inseridos.
A colagem contemporânea, reúne as mais diversas formas de expressão gráfica, numa amostra ampla e ecléctica do panorama atual, influenciadas pelos modos tradicionais (como a colagem) e ao mesmo tempo, lançando-se na exploração de novas formas e ferramentas expressivas criadas pela sociedade da informação e pelos novos meios digitais.
Ela apresenta-se assim como uma técnica atemporal que utiliza-se de recortes do que já foi e torna-se um novo registro que costura o presente, o passado e o futuro.
A colagem é um meio extremamente adequado de canalização e processamento do mundo à nossa volta e encontra-se num lugar privilegiado entre expressões e saídas necessárias.
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